segunda-feira, 23 de maio de 2011

BREVE HISTÓRICO DA DEGRADAÇÃO DO SÍTIO.

Localização: Rua Frederico Severo nº 282. Messejana- Fortaleza- Ce. Limitando-se a leste com as ruas Elisiário Mendes e Manuel Fernandes, ao sul com a Rua Nicolau Coelho e a oeste com propriedades de terceiros na (Travessa Frederico Severo). Vale salientar que a propriedade mencionada está localizada na área de abrangência da Secretaria Executiva Regional VI.

O sítio Diogo Alcântara é uma propriedade particular pertencente a família Alcântara Matos, adquirida em 1934 pelo Sr. Diogo Pedro de Alcântara, comerciante e domiciliado em Messejana. O sítio sempre foi muito bem cuidado pelo seu proprietário o qual era um ecologista nato e possuía uma larga visão de preservação da natureza. E assim sendo cultivou uma variedade de árvores frutíferas e plantas medicinais. Esse cuidado com a terra levou-o a registrar sua propriedade no INCRA ( Instituto de Reforma Agrária) e passou a cultivar por muito tempo a agricultura de subsistência.

Por muitos anos, no período invernoso o sítio recebia somente águas pluviais que eram límpidas e livres de qualquer poluição, no verão a área ficava totalmente seca. Foi então que em 1987 a Prefeitura Municipal de Fortaleza, para solucionar um problema de alagamento do trecho da Av. Frei Cirilo, onde hoje se localiza um Supermercado e um Posto de Gasolina, fez uma canalização, desviando o percurso das águas.

A referida tubulação foi construída às margens de uma lagoa ( Hoje área verde) de uma propriedade particular ,passando por uma rua sem denominação até chegar na rua Frederico Severo, adentrando cerca de 25m² em nosso sítio,permanecendo inacabada até hoje, gerando graves problemas de degradação ambiental. Dentre eles passamos a receber uma vazão muito grande de águas pluviais e esgotos que provocou o assoreamento do solo e conseqüentemente a perda de mais de 50 árvores frutíferas de grande porte como também hortas e vegetação natural.

Recorremos nesta ocasião à Prefeitura Municipal de Fortaleza, SEMACE e IBAMA. Mesmo com os laudos favoráveis dos órgãos ambientais, a Prefeitura Municipal de Fortaleza não atendeu a nossa solicitação de solucionar estes impactos ambientais.

Em 1997, entramos com um novo processo reiterando nosso pedido de solução para o problema e obtivemos como resposta a promessa de que seria construído um canal e a urbanização da área verde, projeto que foi elaborado na SEINF, o qual foi engavetado por falta de vontade política. No início do ano 2000 a Secretaria Executiva Regional VI, liberou a construção do Residencial Morada de Messejana, no entorno dessa lagoa permitindo o lançamento das águas servidas e poluídas( uma vez que não funciona a estação de tratamento) do referido Condomínio na tubulação inacabada acima citada , piorando cada vez mais a contaminação química e biológica do solo, atingindo o lençol freático e dissipando todas as formas de vida animal e vegetal .

Neste período foram asfaltadas as ruas do entorno da nossa propriedade, e teve início o aterramento da lagoa por uma empresa particular, gerando um maior fluxo de escoamento de água pluvial, ocasionando o desabamento de 30 metros do nosso muro e prejudicando o acesso de transeuntes em especial os estudantes após as fortes chuvas de fevereiro de 2004. Recorremos novamente a Regional VI, SEINF e Defesa Civil e mais uma vez não obtivemos êxito.

Dando continuidade ao agravamento da degradação ambiental, em novembro de 2007 a Regional VI, com o objetivo de retirar os sem tetos da área de amortização das águas, considerada área verde e localizada em frente a nossa propriedade, fez parceria com a construtora Porto Freire, a qual já tinha iniciado o aterramento da referida área, para finalizar o aterramento e o fechamento da mesma com uma cerca de arame farpado e em seguida com muro.

Esta obra não tinha nenhuma placa informando de quem era a responsabilidade, no entanto os tratores tinham a logomarca da PMF e .os pedreiros eram da Construtora Porto Freire . Em seguida foi liberado para a esta empresa a construção do Residencial Potiguara, o qual irá lançar suas águas em nossa propriedade na mesma drenagem sub- dimensionada.

Atualmente existe um novo projeto do canal para a Rua Federico Severo na SEINF, porém não contempla a urbanização da lagoa, bem como estudo de impacto ambiental para o destino final das águas no conjunto São Bernardo. No último contato que tivemos com o setor responsável de obras viárias da SEINF nos foi proposta uma solução paliativa, com o qual não concordamos por não ter sustentabilidade ambiental.

Com base em todos esses fatos (vê fotos) queremos alertar os futuros proprietários do Residencial Potiguara para os possíveis riscos de morarem em um imóvel cuja a empresa não trabalha com sustentabilidade ambiental,aconselhamos que seja feito uma visita no empreendimento,antes que seja tarde demais.

Conclamamos, pois, nossos confinantes, a população do entorno, em especial os moradores do Conjunto São Bernardo, os ambientalistas, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil, Câmera dos vereadores de Fortaleza, Assembléia Legislativa do Estado do Ceará, Imprensa, Entidades Religiosas, Instituições de Ensino e a todos os amigos que nos ajudem nesta difícil luta de preservar o meio ambiente, bem como assegurar o direito de moradia não só para nós ,mas para toda comunidade atingida por esse crime ambiental.

ATENCIOSAMENTE,

FAMÍLIA ALCÂNTARA MATOS.

APOIO: Associação dos Moradores do Conjunto São Bernardo

6 comentários:

  1. Luciano Albuquerque junior25 de maio de 2011 às 08:09

    Muito importante esse relato sobre a história do sítio e como esse processo de degradação do meio ambiente em volto do referido sítio vem se agravando. O que dizer das autoridades locais que somente buscam ganhos financeiros junto as construtoras, lastimável. Creci nesse sítio e acompanhei o cuidado com que o meu avo cuidou dessas terras, e hoje ao ir a Fortaleza me deparo com a agressão que esse local vem sofrendo, nao se pode mais transitar pela Frederico severo. Espero que tudo isso se resolva e a tao falada Fortaleza bela da senhora excelentíssima prefeita se faca presente nesse local.

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  2. A administração da prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, nunca conseguiu mostrar a que veio. A cidade está estagnada, engessada, mergulhada num verdadeiro caos. Nunca se viu na história desta cidade um gestão tão irresponsável e tão incompetente para resolver os problemas graves como esse que vocês proprietários do sítio estão enfrentando além de muitos outros da nossa metrópole, como essa de Luiziane Lins. Posso dizer que Fortaleza está entregue à própria sorte e o pior é que, ao encerrar esta gestão, aí é que nós vamos ver a verdadeira herança maldita.

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  3. Fernando Neto,

    Como morador do residencial morada de messejana desde o ano 2000, não vejo melhoria nenhuma para este local desde então. Por várias vezes reportagens vieram ao local e as matérias foram exibidas na televisão. Vale salientar que uma cratera tornou-se uma fossa a céu aberto e que o esgoto se tornou um pequeno riacho de águas sujas, complicando a vida dos moradores do sítio e dos pedrestres e motoristas de uma forma geral

    Fortaleza bela só na casa dela porque o resto é só favela!

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  4. " Nunca o homem inventará nada mais simples nem mais belo do que uma manifestação da Natureza. Dada a causa, a natureza produz o efeito no modo mais breve em que pode ser produzido"
    lEONARDO DA vINCI
    O que vemos hoje é a destruição deste lindo e bem cuidado sítio. As árvores plantadas com tanto carinho pelo patriarca da família estão morrendo devido ao esgoto que uma determinada imobiliaria joga e que se transformou num riacho de água suja.É uma vergonha.Prefeitura não pode permitir que destrua a Natureza . r

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  5. Maria Alcantara sei que vcs estão usando de muita educação para com os leitores.Está mais do que na hora de vc falar a verdadeira proposta da PMF,senão muita gente não vai apoiá-los.Vou aguardar seu posicionamento mais uns dias.

    Nonato Vieira
    Amigo da família

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  6. Sou proprietária de um apto no Residencial POtiguara e não sei se tratam no mesmo assunto, mas por trás do meu apto tem um terreno baldio ( que dizem ser da PMF) e ao lado, na rua, passa um terrível escoamento que, segundo soube, desemboca na área de moradia de moradores do entorno e claro, vai se agravar com o uso da água que será utilizada pelos moradores do predio. O que fazer?? como solucionar esse problema????

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